A teoria de resposta ao item, conhecida como TRI, é uma metodologia estatística de correção de provas que se baseia em medidas de proficiência para o cálculo das notas.
Conhecendo alguns aspectos da TRI , é possível orientar os alunos, para que eles obtenham um melhor resultado no Enem ou em qualquer outra avaliação que utilize essa metodologia.
Entendendo a TRI por meio de uma analogia
Existem diversas maneiras de correção de provas. A mais tradicional, conhecida como Teoria Clássica dos Testes (TCT), aplica-se a avaliações de múltipla escolha. Nela, cada acerto vale um ponto, independentemente da questão que tenha acertado e do seu grau de dificuldade.
Considerando uma prova em que haja 100 questões, se dois candidatos acertam 50, ambos terão 50 pontos. É assim que grande parte dos vestibulares funciona, como por exemplo, a Fuvest ou a primeira fase da Unicamp.
Já no Enem a metodologia de correção e cálculo de notas adotada é a TRI. Nela, entre outras coisas, será considerada a chamada “coerência pedagógica” dos candidatos.
Para entender como a coerência pedagógica funciona, podemos fazer uma analogia com uma corrida de obstáculos, na qual cada barreira a ser saltada por um atleta corresponde a uma questão e a altura de cada barreira seria análoga à dificuldade de cada questão. Assim, quanto mais difícil é uma questão da prova, maior seria a “altura” da barreira a ser transposta pelo atleta.
Em nossa analogia, a prova de matemática do Enem, seria equivalente a uma pista de atletismo com 45 barreiras de diferentes alturas. É natural esperarmos que um atleta que irá correr por essa pista tenha maior facilidade para saltar as barreiras mais baixas ( questões mais fáceis) e tenha mais dificuldade para saltar as barreiras mais altas (questões mais difíceis). Portanto, será estranho se um atleta conseguir saltar todos os obstáculos mais altos da pista e tropeçar nos mais baixos, derrubando-os. Este desempenho é incoerente com a nossa expectativa inicial.
Da mesma forma, para o cálculo da nota no Enem, serão avaliadas não apenas quantas questões o candidato acertou, mas também quais foram essas questões. Nesse cálculo, um candidato que tenha acertado 30 questões fáceis e 10 questões difíceis terá nota maior do que outro que tenha acertado 10 fáceis e 30 difíceis, por exemplo. Isso ocorre porque a TRI considera que o primeiro candidato teve maior coerência pedagógica.
Como a TRI pode auxiliar os alunos
Para se dar bem no Enem, tendo em mente a metodologia utilizada para correção, existem algumas estratégias que podem ser tomadas, São elas:
- priorizar questões fáceis – uma questão fácil é aquela em que durante a própria leitura do enunciado o aluno já reconhece e entende o que precisa ser feito para resolvê-la. Entretanto, é importante destacar que o que é fácil para um candidato pode não ser fácil para outro;
- controlar o tempo de prova – muitos alunos bons não performam bem no Enem por não controlarem o tempo de prova e se prenderem em questões difíceis. Se uma questão está consumindo muito tempo, o aluno deve deixá-la para depois e se dedicar às outras. Se uma questão demanda muito tempo para ser resolvida, ela provavelmente é uma questão difícil e um acerto dela em detrimento de uma não resolução de outra questão fácil impactará na coerência pedagógica e portanto na nota final;
- eliminar alternativas – em questões nas quais a dificuldade é considerada mediana ou difícil, a leitura cuidadosa e a exclusão de alternativas com erros de fácil detecção pode aumentar as chances de acerto;
- “chutar” se não houver mais tempo – no caso de não haver mais tempo para a resolução de questões da prova, o “chute” constitui uma probabilidade de cerca de 20% de acerto no caso do Enem. Questões deixadas em branco são consideradas erradas, portanto, é melhor correr um risco de acertar chutando. Mas lembre-se, essa dica é válida apenas se não houver mais tempo.
Gostou de entender mais sobre a metodologia TRI e das dicas para auxiliar os alunos na prova? Continue acompanhando o blog da Evolucional para mais conteúdos.