Sumário
- O que mudou no SiSU e por que sua escola precisa agir agora?
- Regras do SiSU: o que todo gestor e coordenador precisa saber?
- O SiSU 2025 em dados: inscrições, vagas e concorrência
- Desafios enfrentados pelos estudantes
- SiSU: ferramentas reais mudanças
- Como a escola pode virar a chave: 8 estratégias práticas para orientar seus alunos
- O SiSU não é simples, mas pode ser descomplicado
O acesso ao ensino superior público por meio do SiSU exige mais do que uma boa nota no Enem, demanda estratégia, informação e acompanhamento próximo. Neste artigo, reunimos dados atualizados, mudanças importantes no sistema e orientações práticas para que gestores, coordenadores e professores possam atuar de forma mais eficaz na reta final do Ensino Médio, ajudando os estudantes a tomar decisões mais conscientes e a ampliar, de forma realista, suas chances de aprovação.
O que mudou no SiSU e por que sua escola precisa agir agora
Desde sua criação em 2010, o Sistema de Seleção Unificada (SiSU) transformou o acesso ao ensino superior público no Brasil. Substituindo vestibulares fragmentados e custosos, o sistema passou a centralizar o ingresso de milhares de estudantes em universidades e institutos federais de todo o país.
Em 2025, essa política pública chega à sua maior edição: com mais de 1,3 milhão de inscritos, disputando 261.779 vagas em 124 instituições públicas de ensino superior. Mas, junto ao crescimento, vieram mudanças estruturais que exigem atenção redobrada das escolas.
A principal delas é que desde 2024, o SiSU passou a ter uma única edição anual, concentrando todas as vagas no início do ano. Isso significa que não há mais “segunda chance” no segundo semestre.
O papel da escola na orientação dos estudantes para o ingresso às universidades por meio do SiSU se tornou decisivo.
Regras do SiSU: o que todo gestor e coordenador precisa saber
O SiSU mantém os critérios tradicionais:
- O estudante deve ter feito a edição mais recente do Enem
- Não pode ter zerado a redação
- A inscrição é gratuita e online, feita no portal oficial do SiSU
Durante o período de inscrição, o candidato pode:
- Escolher até duas opções de curso, indicando a ordem de preferência entre eles
- Alterar as opções em tempo real com base nas notas de corte parciais de cada curso
- Acompanhar sua posição no ranking e ajustar a estratégia até o encerramento das inscrições
Além disso, é muito importante entender que as universidades utilizam pesos diferenciados para cada área do conhecimento, por exemplo, um curso de engenharia pode atribuir um peso maior para a prova de matemática; já um curso de jornalismo pode dar mais peso à redação e linguagens.
Importante: esses critérios estão descritos no Termo de Adesão ao SiSU, disponibilizados nos sites das instituições de ensino superior. Esses documentos são fundamentais para entender o cálculo da nota final de cada candidato.
Não basta olhar a nota bruta do Enem. É preciso entender como ela é utilizada e como a nota é calculada para o ingresso em cada uma das universidades.
Durante esse processo, o sistema também pergunta se o candidato deseja disputar vagas pela ampla concorrência ou pelas modalidades de ação afirmativa, conforme a lei de cotas.
Duas pessoas com a mesma nota podem ter posições muito diferentes, dependendo da modalidade escolhida no momento da inscrição.
O SiSU 2025 em dados: inscrições, vagas e concorrência
A edição de 2025 do SiSU contabilizou um total de 1.310.781 candidatos inscritos, representando um aumento de 3% em relação a 2024. Dentre os cursos mais procurados, Medicina lidera com quase 639 mil inscritos.

O número total de vagas ofertadas foi de 261.779 em 6.851 cursos de graduação ofertados em 124 instituições de ensino superior em todo o país. Na distribuição de vagas ofertadas por região, o Nordeste lidera com 45,5%.

Desafios enfrentados pelos estudantes
1. Falta de informação estratégica
Muitos estudantes não compreendem:
- O impacto das notas de corte parciais
- O sistema de pesos diferentes por área e curso
- Os termos de adesão das universidades
Isso os leva a decisões imprecisas, escolhas mal orientadas e frustração nos resultados.
2. Desigualdade na preparação para o Enem
Mesmo com o acesso unificado via SiSU, a preparação ainda é desigual:
- Estudantes de escolas públicas têm menos acesso a simulados, plataformas de correção de redação e orientações personalizadas
3. Alta concorrência em cursos tradicionais
- Cursos como medicina e direito ultrapassam 250 candidatos por vaga.
Sem orientação, muitos estudantes nem tentam ou insistem em estratégias sem base nos dados
4. Vagas remanescentes e evasão precoce
Mesmo após a lista de espera, milhares de vagas ficam ociosas.
Entre os principais motivos:
- Falta de documentação
- Perda de prazos
- Ausência de apoio da escola na transição entre o Ensino Médio e o Ensino Superior
SiSU: ferramentas reais de mudança
Apesar dos desafios e da complexidade do processo seletivo, o SiSU oferece ferramentas reais de mudança, especialmente para escolas que se organizam em torno de um projeto estratégico de orientação. Com apoio da equipe pedagógica, essas oportunidades são potencializadas por alguns aspectos positivos do próprio sistema.
1. Transparência e previsibilidade
O SiSU permite acompanhar, em tempo real, as notas de corte parciais, a posição dos candidatos nos rankings e os critérios utilizados por cada instituição.
Com orientação adequada, o estudante ganha autonomia para tomar decisões mais conscientes e até ajustar sua estratégia durante o período de inscrição, recalculando rotas ou mudando de curso se necessário.

2. Ampliação das possibilidades
Mesmo com a alta concorrência em cursos específicos, o SiSU multiplica as chances de ingresso, permitindo que estudantes concorram a vagas em qualquer parte do Brasil.
O que antes era limitado geograficamente, hoje se torna mobilidade educacional real, com alunos de diferentes regiões acessando oportunidades em universidades distantes.
3. Políticas afirmativas que geram impacto
A Lei de Cotas e outras políticas de reserva de vagas, apesar de alvo de debates, têm promovido avanços significativos no acesso ao ensino superior público.
Estudantes de escolas públicas, pretos, pardos, indígenas e pessoas com deficiência encontram hoje, no SiSU, uma porta concreta de entrada, antes historicamente fechada.
Embora ainda haja muito a melhorar, os dados mostram que essas políticas estão funcionando e ampliando a diversidade nas universidades brasileiras.
Como a escola pode virar a chave: 8 estratégias práticas para orientar seus alunos
A seguir, destacamos ações simples e eficazes para que gestores, coordenadores e professores possam orientar os estudantes de maneira mais estratégica, amplificando as oportunidades de aprovação:
1. Estimule a leitura crítica dos dados do Enem
Ajude o estudante a entender:
- Onde foi bem
- Onde está abaixo da média
- Quais são suas chances reais com base em cursos e notas de corte anteriores
2. Use simulações e dados históricos do SiSU
Monte sessões com:
- Tabelas de notas de corte por curso
- Gráficos comparativos
- Simuladores e análise de evolução das notas
3. Oriente sobre o termo de adesão
Cada universidade calcula a nota final de maneira diferente. Ajude os alunos a:
- Encontrar o termo de adesão
- Ler e entender os pesos e critérios adotados
4. Acompanhe as parciais do SiSU junto aos alunos
Durante o período de inscrições:
- Estimule o monitoramento diário da posição no ranking
- Promova mudanças de estratégia com base nos dados reais
5. Construa planos A, B e C
- Ajude seus alunos a manter a estratégia primária, mas também a ter um plano alternativo
Mostre que mudar de curso, instituição ou modalidade não é fracasso, é estratégia. Explorar outras opções ajuda a evitar frustrações e amplia as chances de ingresso.
6. Explique a lista de espera e seus prazos
- Muitos alunos perdem a vaga porque não confirmam interesse no prazo certo. Oriente sobre as regras de cada universidade após a chamada regular
Importante: nem o SiSU, nem as universidades farão contato por meio de ligações, mensagens ou e-mail para informar uma aprovação em uma lista de espera.
7. Estimule o contato direto com as universidades
- Acesse frequentemente os sites oficiais, siga as redes sociais e assine as newsletters das universidades desejadas
Muitas informações não são divulgadas no portal do SiSU.
8. Crie um plantão de dúvidas pós-SiSU
Mesmo após os resultados, é muito importante acompanhar o estudante, mantendo um canal ativo para:
- Analisar outras alternativas de viabilizar o acesso às universidades por meio de programas de financiamento, como o ProUni e Fies
- Reorganizar os planos de ingresso e manter o aluno conectado ao seu projeto de vida
- Apoiar emocionalmente o aluno para as próximas etapas e desafios
O SiSU não é simples, mas pode ser descomplicado
O SiSU é a maior política de acesso ao ensino superior já implementada no Brasil.
Mas sem informação, estratégia e apoio da escola, ele pode se tornar um labirinto para muitos estudantes.
Uma escola bem organizada, com informações claras, objetivas e uma orientação ativa pode virar a chave da aprovação de muitos alunos.
O papel de todos os educadores não é apenas entender como o SiSU funciona, é ensinar aos estudantes a lerem o sistema, interpretarem os dados e, principalmente fazerem as suas escolhas com estratégia.
Gostou desse conteúdo?
Assista ao vídeo completo no canal Radar do Educador e compartilhe com sua equipe:
SiSU 2025: como orientar seus alunos e ampliar as chances de aprovação
Continue acompanhando os conteúdos da Evolucional no blog e nas redes sociais.
Juntos, podemos construir escolas que ensinam com dados e transformam com estratégia.