As habilidades socioemocionais no contexto dos processos avaliativos do Enem e grandes vestibulares

Como o desenvolvimento de habilidades como a autoeficácia potencializa o desempenho dos jovens nos exames de ingresso ao ensino superior.

O desenvolvimento de habilidades relacionadas ao comportamento e às emoções, antes consideradas irrelevantes no processo de aprendizagem durante a educação básica, hoje mostram-se essenciais na formação cognitiva/intelectual dos jovens. A partir do século XX, diversos estudos sobre a importância do desenvolvimento dessas habilidades começaram a surgir, dentre eles, os de Howard Gardner, por exemplo, que em 1983 publicou “Estruturas da Mente: A Teoria das Inteligências Múltiplas”, levantando a questão de que os testes de QI não eram suficientes para mensurar adequadamente a inteligência dos indivíduos, já que eles se relacionavam apenas à nossa capacidade de raciocínio lógico, desconsiderando outras dimensões da nossa inteligência, como a interpessoal e a intrapessoal.

Tais estudos impactaram, por exemplo, no texto da BNCC (2018) que considera essenciais no novo cenário mundial, noções e habilidades, tais como reconhecer-se em seu contexto histórico e cultural, ser comunicativo, criativo, ter senso crítico, ser proativo, trabalhar em equipe de forma colaborativa, ser flexível e saber lidar com a infinita quantidade de informações disponíveis na atualidade, diante do fácil acesso à Internet. A educação integral passou a ser um compromisso da Educação Básica para uma formação humana global. Dessa forma, no âmbito das 10 competências gerais da BNCC, as habilidades técnicas/cognitivas se integram às habilidades socioemocionais.

Os jovens e as emoções nos vestibulares

O neurocientista, António Damásio, que estuda o cérebro e as emoções humanas destaca em sua obra “O Erro de Descartes” que “é impossível separar os processos cognitivos dos emocionais”. Assim, emoção e cognição se integram no desenvolvimento e no processo de aprendizagem.  Na preparação para estudantes e vestibulandos, isto se torna ainda mais importante.

Medo de não se sair bem nas provas, ansiedade diante da grande quantidade de conteúdos a serem estudados, cobranças relacionadas a desempenho, além de questões socioafetivas vinculadas ao próprio desenvolvimento do adolescente parecem surgir simultaneamente, gerando um turbilhão de conflitos, dúvidas e incertezas diante do futuro. No entanto, quando certas habilidades socioemocionais são potencializadas nessa fase, a chance de os jovens lidarem muito melhor com essas emoções e, consequentemente, terem mais sucesso nos exames, são muito maiores.

Uma dessas habilidades essenciais para o desempenho do jovem vestibulando é a autoeficácia, que, de acordo com o documento “Dimensões e Desenvolvimento das Competências Gerais da BNCC”, é a confiança na capacidade de utilizar fortalezas e fragilidades pessoais para superar desafios e alcançar objetivos. Nesse mesmo documento estão disponíveis informações e orientações sobre o que se espera que o estudante desenvolva até a 3ª série do Ensino Médio, dentre conhecimentos, habilidades, atitudes e valores essenciais para a vida no século 21. Ao concluir esta etapa, o jovem deve estar ciente de suas fortalezas e fragilidades como valores para influenciar resultados, mobilizando estratégias de interdependência para enfrentar desafios, obstáculos e realizar projetos presentes e futuros com confiança.

Nesse contexto, as escolas podem contribuir decisivamente para o desenvolvimento de tal habilidade pelos seus alunos, por meio de ferramentas integradas, soluções avaliativas, jornadas de aprendizagem adaptativas e inovações que possam fornecer dados precisos sobre o desempenho dos estudantes. Um exemplo são as avaliações externas. Por meio delas, os alunos simulam suas habilidades e competências em um ambiente muito próximo dos exames oficiais, administrando questões complexas e muito importantes como estratégias de priorização nas resoluções das questões, tempo e ansiedade.

Assim, educadores e equipe pedagógica podem proporcionar um treino prévio aos alunos e utilizar os resultados das avaliações para estruturar o planejamento, levando em consideração os pontos de atenção de cada estudante. Como resultado, escola e aluno direcionam com mais segurança seu itinerário de aprendizagem e seu foco, contribuindo para auxiliar no desenvolvimento da autoeficácia e autoconfiança na preparação dos exames futuros.

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